sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Alimentação, musculação e defesa: treino de 3 fases garante retorno de araras à vida selvagem

   Alimentação, musculação e defesa: treino de 3 fases garante retorno de araras à vida selvagem

Parece até academia, mas é o desafio da preservação da arara-de-lear, que chegou a ser considerada extinta, mas foi ‘redescoberta’ há 40 anos na caatinga.
Em meio à área mais preservada da caatinga, no sertão da Bahia, há um viveiro de 20 metros de extensão por 6 metros de altura. A estrutura metálica contrasta com os morros verdes do Boqueirão da Onça, uma área de preservação recentemente delimitada como parque nacional e área de proteção ambiental.

O contraste é por uma boa causa: o viveiro foi construído por um projeto inovador de preservação da arara-azul-de-lear, que está em risco de extinção. Redescoberta há 40 anos, a ave é um dos 182 animais da caatinga que estão sob ameaça. Ali, no viveiro, foram colocados seis indivíduos desta espécie (três fêmeas e três machos). Elas nasceram em cativeiro, na Loro Parque Fundación, da Espanha. Chegaram ao Brasil em agosto do ano passado e foram libertadas em janeiro deste ano.

O G1 esteve no Boqueirão da Onça para conhecer o projeto de soltura destas aves. As ameaças à conservação das espécies e o desafio de preservá-las são foco do especial "Desafio Natureza", que já abordou a ‘redescoberta’ da arara-de-lear na região e as ações de preservação da onça-pintada e parda na caatinga.

Ao todo, existem atualmente 1.700 araras-azuis-de-lear, a maior parte na região do Raso da Catarina (veja abaixo o mapa). O Boqueirão da Onça já chegou a ter cerca de 30 destas aves, mas quase todas sumiram na década de 1990. Restaram apenas duas. O desaparecimento repentino é atribuído à ação de traficantes de animais. Como as duas que ficaram não se reproduziam, a solução foi trazer mais.


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